Rápido muito rápido.
Tudo aconteceu assim
E de repente, sem tempo para respirar estava parada à porta do meu carro e Tu com um girassol na mão… num gesto de ternura e de sedução. Apreciei.
Foi com algum nervosismo k Te conduzi pela muralha … mas estranhamente, a conversa fluíu, amena, simpática…
Sentados à mesa do restaurante pude observar então melhor as tuas feições. Olhar perscutador… feições de menino/adulto, sereno, o timbre agradável, calentoso, seguro, intimista…
Bem… e agora… do que iremos falar? Ciente de mim, do que me movia, foi-me fácil estar… responder-Te e questionar-Te. Ciente de Ti, conduziste a conversa sabendo o que me movia, da minha curiosidade, do meu interesse recem nascido.
Fácilmente fiquei à vontade, mérito Teu? Com alguma graça fui me apercebendo de alguns Teus rituais e o riso veio fácil … partilhando os dois da boa disposição. Encantada eu na descoberta, entusiasmado Tu no ensinamento… o que comemos? Secundário… nem me lembro bem, mas parece-me que não foi nada de especial…
Porém, cada exemplo que usavas para ilustrar, cada história que contavas… a minha imaginação voava e ia-me vestindo dos personagens… e verificando que nem sempre o papel se ajustava ao meu carácter, ao meu desenho de individuo. Outros sim… e assim chegaste à conclusão que eu era kinky… achei graça e gostei de saber.
Quando me deste o chocolate à boca, deslizei os meus lábios pelos teus dedos. Encontraste nesse gesto algo para além daquilo que me moveu . Não, não estava de todo a pensar no dono que alimenta a serva. Não. Ainda (será que alguma vez?) não interiorizei esse papel e essa condição e, assim, todos os meus gestos, os meus comportamentos, a forma de me dirigir a Ti, não se encontram condicionados pelo universo D/s. Verifiquei, no entanto, que Tu sim, estás de corpo e alma. Adepto convicto e sabedor. Mestre. Tu. E isso incendiou-me a curiosidade. Nessa curiosidade deves ter questionado o meu pseudo papel de submissa… ficando com a ideia de que seria exponencial…
Como Te disse a minha submissão fica-se maioritáriamente entre as 4 paredes da intimidade. Aí sim, sou submissa, gosto de o ser, entregue e à mercê. Fora delas… tenho outro eu que me domina (engraçado). Não me vejo nada a ser sistemáticamente mandada… orientada… guiada… (até me provoca arrepios). Vejo sim num jogo erótico, sensual que tem os seus timmings e não está sempre a acontecer, correndo o risco de se tornar intrusivo e perder toda a carga erótica… penso eu.
A conversa do bar foi mais uma vez interessantissima, onde falaste de Ti, da Tua vida, dos Teus conhecimentos, deste-Te a conhecer… não sei se o mesmo aconteceu comigo. O tempo correu célere e leve. Não dei pelas horas, mas o cansaço acusava.
Fomos caminhando para o carro e com a Tua mão colocaste-me estratégicamente à tua direita, ligeiramente à tua frente. E assim caminhamos, encantados os dois com a noite amena e saborosa.
Já no carro quiseste mostrar-me alguns dos teus artefactos e que pertenciam à tua história de vida, contendo significados fortes, reflexo de um Homem sensível, amoroso e dedicado - que aliás, creio ter sido o teu grande objectivo - mostrar-me que, independentemente de seres uma pessoa que cultiva o BDSM como forma de vida, és sensível, capaz de sentimentos nobres e carinhoso para com a mulher. Sim, surpreendeste-me.
Adorei ver as peças que trazias contigo, especialmente a coleira fina… a outra assustou-me, apesar de reconhecer ser uma peça lindissima. Todo o significado que continham, admirei.
Fazia-se tarde e tivemos que nos despedir. Levaste-me ao carro… e colocaste a tua mão direita no meu pescoço de forma leve mas com uma autoridade subjacente e guiaste-me. Ri. Nervosamente? Ri. Achei graça ao gesto. Disseste: deixa-me guiar-te ao carro. E assim foi. Gostei do Teu toque. Gostei de ser guiada ali. Mas… será que gostarei sempre? Não me parece. Ou então seria uma submissa muito rebelde, que não satisfaria nunca as exigencias do mestre que a treinava… o que se tornaria um acto frustado para ambos.
Espero poder voltar a encontrar-Te, a conversar contigo. Gostei muito.
Um beijo Senhor. ;)
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